O MOSTEIRO DO DIABO


Carmona é um município da Espanha na província de Sevilha, uma comunidade autônoma de Andaluzia, com cera 924 km² e com população de apenas 27 mil habitantes.
A pequena cidade fica a cerca de 40 quilômetros de Sevilha, e na parte mais afastada da cidade, ergue-se do topo de uma saliência, dominando um longo terreno baldio, um prédio antigo e semi-arruinado ... Com uma aparência sombria e grandes dimensões, e que traz consigo uma lenda demoníaca ... Estamos falando do famoso Mosteiro do Diabo, um lugar onde, segundo dizem, o próprio demônio habita.

Será necessário imergirmos na história do lugar para podermos entender o porquê da sua fama, uma justificativa que só pode ser compreendida na profundidade do tempo, uma história emocionante e, ao mesmo tempo, arrepiante ...

MOSTEIRO DO DIABO
O que conhecemos hoje popularmente como o Mosteiro do Diabo, na verdade se chama Huerta de los Frailes (algo como Horta dos Frades ou Jardim dos Frades). Mas no século 17 foi batizado como Huerta de San José. São necessários vários nomes para descrever um grande convento como este em que o mistério e a lenda se fundem aos olhos de tanta gente.

A história do maldito lugar se inicia por volta de 1620 quando um mosteiro de frades franciscanos e dominicanos foi fundado nesta vasta extensão de terra para o acolhimento e iniciação do noviços.

Mas algo que pode deixar alguns pesquisadores confusos é o fato de que, nos arquivos antigos da cidade de Carmona, não existe nenhum documento que comprove a existência deste convento. É como se o tempo tivesse tentado apagar seus rastros para cobrir algum momento terrível do seu passado.

Na verdade, existem apenas dois documentos que comprovam a existência física e histórica do mosteiro. O primeiro documento nos fala sobre uma doação, na forma de comida, feita pela prefeitura para impedir que os monges morressem de fome. O segundo desses documentos foi encontrado no arquivo histórico da prefeitura da cidade de Carmonense, e talvez, apesar de ser o mais extenso dos dois, seja o mais misterioso...

Neste arquivo histórico nos deparamos com um documento confuso e chocante que foi escrito pelo tabelião José Díaz de Alarcón, que colhia o depoimento do único sobrevivente de um terrível incêndio que teria acontecido no monastério, o frade dominicano Juan Rodrigo Perea, no dia do relato, estavam como testemunhas autoridades e outras forças públicas e religiosas, Juan, conta os acontecimentos ocorridos no monastério, onde um incêndio ceifou a vida de pelo menos 15 frades.
Como disse, o documento é confuso e cheio de falhas, com algumas páginas faltando, onde não podemos precisar 100% a sua autoria, o relato do frade é o seguinte:

"...Eu, senhores, tornei-me frade dominicano no convento de San José, onde entrei no noviciado há três anos. Na manhã de 02 de novembro deste ano de nosso senhor (1680) entrou, vindo de Cantillana, um aspirante ao noviciado que disse que seu nome era Don Jaime Malvidas, e foi aceito com plena satisfação de todos no convento...

Esse homem era alto, com sobrancelhas espessas, nariz aquilino e rosto tão magro quanto o de uma espada. Eu nunca o vi na companhia de outros frades no jardim ou na capela, ele era realmente, alguém estranho...

Eu, senhores, não sei como aconteceu, que na manhã de 20 de novembro daquele ano, quando acordei, encontrei a porta da minha cela aberta, como era o costume (porque como vocês sabem todas as noites eles nos trancam e de manhã destrancam), e acreditando eu que ainda era muito cedo, me entreguei a profundas meditações.

Depois de meditar por um tempo, eu finalmente ouvi alguns passos fracos vindo do corredor e parando bem aos pés da minha cela. Na porta, ouvi uma batida suave, mas ela não se abriu; e para a minha surpresa, quando abri a porta não havia ninguém. Quando vi que as portas das celas dos meus companheiros também estavam abertas, foi quando pensei que talvez a primeira Missa já tivesse começado e eu teria adormecido e me atrasado, depois corri em direção a capela. Quando cheguei lá, não vi ninguém, de repente, senti um calor que passou pela minha garganta e foi até o peito, neste momento ouvi alguns lamentos em voz alta que aparentemente vinham da cozinha que ficava ao lado da capela ...

Quando cheguei à cozinha os gemidos eram ouvidos mais alto e dentro de mim, o que me fez achar que era eu quem os produzia. Mas logo percebi que o lugar de sua origem era o porão e sem pensar, me vi descendo seus degraus íngremes. Maldição, senhores, maldito o momento em que entrei naquele lugar, porque quando entrei encontrei o Frei e os outros frades pendurados em ganchos onde costumávamos pendurar os porcos, presuntos e salsichas. Eu, senhores, quando vi aquele quadro infernal e sangrento, comecei a ver seres pequenos, que se aglomeravam em torno dos cadáveres e comiam sua carne. Naquele momento tive um desmaio passageiro, e quando voltei a mim, pude ver, senhores, eles se juntarem próximo a mim, estes seres tinham um aspecto nojento.
Olhando para mim, um deles disse estas palavras para mim:

"Eu deixo você viver, para que você possa proclamar minha vinda ao mundo".

E eu podia ver, senhores, como os seres se reuniram em um único ser, de repugnante aparência. Era o próprio demônio na minha frente.

Então, um incêndio começou a se espalhar pelo porão ... Eu não conseguia mover nenhum músculo, e quando consegui, a mesma voz a que me referi anteriormente, disse novamente:

Vá e diga que Satanás está aqui...

O mais estranho de tudo senhores, é que o noviço Don Jaime Malvidas, não estava lá e o seu corpo não foi achado, então lhes pergunto, seria ele o próprio Satanás?"

Esta é apenas uma parte deste documento aterrorizante que nos fala sobre demônios, seres estranhos e terríveis assassinatos dentro do prédio. Mas seria este o produto da imaginação de alguém? Ou realmente aconteceu? Como dito, não há nenhuma outra informação sobre os tempos do monastério além destes poucos documentos.

Historiadores especulam que o documento seja falso, tendo sido redigido mais de 1 século após os supostos acontecimentos.

Mesmo assim, o caso não perde sua validade ou sua realidade misteriosa ...

Outra parte atraente deste documento é que o xerife local Alonso Sanz de Heredia relata que na época do enterro dos monges assassinados um fato incomum e não menos chocante teria acontecido.

O enterro foi realizado nos terrenos do porão, e na frente de muitos habitantes de Carmona, eles testemunharam "um fenômeno sobrenatural".

Segundo o relato, o céu teria escurecido, eles acenderam então duas tochas, e entre as colunas de fogo, teria surgido a visão de um horrível rosto com vermes em sua face. Em seguida, uma luz branca formou uma silhueta humana. Todos ficaram aterrorizados.

Outra parte estranha dessa mesma história é a tentativa de exorcismo de muitas pessoas que caíram nas mãos do próprio diabo após o enterro. Depois desses eventos, o lugar foi semeado com sal para remover a força demoníaca que lá habitava, mas que nada teria adiantado.

O documento é tão impressionante quanto sua veracidade é duvidosa ...

Por uma bula papal, a cidade de Carmona recebeu ordens para realizar missas e procissões por dois anos para expurgar o mal que rondavam o monastério. Todo o documento a que nos referimos foi assinado na época pelo Arcebispo de Jerez e, se for verdade - o que é quase impossível de se comprovar -, o documento teria um respaldo inquestionável e credibilidade do que teria acontecido ali no século XVII.

ATUALMENTE
A história moderna do edifício é cheia de histórias estranhas e experiências testemunhadas dentro dele. A reputação paranormal do prédio não passa despercebida aos moradores de Carmona e da região, muito menos aos pesquisadores que se aproximam do local para tentar entender o desconhecido.

Um desses pesquisadores ousados ​​que investigaram o local em várias ocasiões é Francisco del Toro, que, com sua equipe de pesquisa, estava entre as primeiras pessoas a investigar seriamente o que teria acontecido lá. As suas incursões ao local foram acompanhadas pelas câmeras de um canal de TV e testemunharam um fato singular:

Francisco disse que quando estava entrando no prédio sentiu uma vibração no solo e foi então que ele e a sua equipe teriam visto uma espécie de luz, uma esfera luminosa ou algo semelhante que se movia por uma das galerias. Francisco pediu ao seu câmera, José Antonio Gallego para se apressar em filmar o acontecimento, mas segundo eles, assim que a câmera foi ligada, a luz se dissipou no ar.

Algum tempo depois, José Félix Durán resolveu provar se tudo o que era relatado, realmente teria acontecido. Apesar de ser um cético assumido, a sua história é um exemplo vivo do que pode acontecer com aqueles que tentam perturbar a quietude do antigo prédio, o que vivenciou e sentiu foi tão forte que ele abandonou o mundo da pesquisa paranormal.

José, relatou o seguinte:

“Fomos investigar o lugar, atraídos pela curiosidade e encorajados pela fama do monastério misterioso. Lá, começamos a ouvir ruídos estranhos, como golpes, os detectores de atividade paranormal começaram a soar, com certeza não estávamos sozinhos, e de repente começamos a sentir passos que se aproximavam de nós, além de um murmúrio distante que parecia uma espécie de salmo cantado vagarosamente ... Quando o cântico parecia se aproximar e ganhar força, saímos correndo o mais rápido possível, pulando um dos buracos nas janelas ... Nós deixamos todo o equipamento lá e também o nosso desejo de continuar investigando, foi algo aterrorizante. A experiência ... Foi um choque para todos."

Com o passar dos anos, o local se tornou uma espécie de santuário de adoração ao demônio, lá podemos encontrar vestígios de sessões de ouija, e não é estranho encontrar vestígios de estrelas de cinco pontas ou bastões desenhados no chão ao lado de velas negras e todos os tipos de adoração satânica e práticas ocultas. Houve casos e testemunhas de visões de estranhos seres luminosos ou esferas de luz que percorrem os restos do edifício. Dizem que detectores de atividade paranormal saltando vertiginosamente e carcaças de animais mortos em rituais existem aos montes, o lugar cheira a morte, dizem alguns visitantes ... Estes são apenas alguns dos eventos que ocorreram no Mosteiro Amaldiçoado, onde também foram gravados áudios inquietantes que para muitos seria como um aviso ou lembrança de um passado tão nebuloso quanto desconhecido, alguns relatam afirmam terem ouvido vozes dizendo:

"Não santificado"
"Morte"
"Rezem por mim". 

São mensagens estranhas para um lugar não menos estranho ...

CONCLUSÃO
O famoso pesquisador paranormal, o espanhol Luis Mariano Fernández, diz ter passado quase um ano fazendo uma investigação silenciosa no mosteiro, reunindo informações, testemunhos, dados e tentando coletar evidências ou vestígios paranormais. Mas ele disse não ter encontrado nada que comprove uma atividade sobrenatural no lugar.

O documento citado no início do vídeo até hoje tem a sua veracidade contestada por centenas de historiados e paleógrafos. Deixando parece que tudo não passa de uma lenda e fruto da imaginação fértil de pessoas pré-dispostas a acreditarem nas manifestações do além.

Alguns acreditam que tudo não passe de uma propagando para atrair turistas e Luis Mariano até fez um convite em suas redes sociais, ele pretende levar o máximo de pessoas possíveis em grupos separados para passar uma noite no local e provar que tudo não passa de fantasia. O convite foi feito há mais 2 anos e até hoje ninguém se dispôs.

E você? Teria coragem de aceitar este convite?


Dica do Inscrito: Parsifal

Fontes Consultadas:









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